Dalva Ramos de Resende Matos

 

REFERÊNCIA: MATOS, Dalva Ramos de Resende. A ESCOLARIZAÇÃO DOS CONTOS DE FADAS: DAS LABAREDAS DE FOGO ÀS PÁGINAS DAS COLEÇÕES DIDÁTICAS. 2016. 1-204 f. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade Federal de Goiás, 2016.

 

AUTOR: Dalva Ramos de Resende Matos
TÍTULO: A ESCOLARIZAÇÃO DOS CONTOS DE FADAS: DAS LABAREDAS DE FOGO ÀS PÁGINAS DAS COLEÇÕES DIDÁTICAS
ORIENTADOR: Prof. Dr. Sílvio Ribeiro da Silva
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: Educação
LINHA DE PESQUISA: Cultura e Processos de Ensino e Aprendizagem
DATA DE DEFESA: 29/03/2016

 

RESUMO:
Este trabalho, no campo da Educação e Linguagem, tem como objeto de pesquisa a escolarização dos contos de fadas em quatro coleções didáticas de Português do Ensino Fundamental I. A escola, enquanto lócus do conhecimento, deve propiciar ao aluno o pleno acesso às práticas de letramentos, dentre eles, o literário. No que se refere à formação inicial do leitor literário, o conto de fadas é uma das ferramentas culturais mais importantes, pois, além de encantar a todos por meio da arte literária, da fantasia e de seus significados psicológicos, presta suportes simbólicos para a aprendizagem e o desenvolvimento infantil. O livro didático de português também ocupa um lugar de destaque no processo de formação de leitores, uma vez que é, para muitos alunos brasileiros, o principal ou o exclusivo meio de acesso à cultura escrita. Contudo, ao ser transportado de sua esfera original para a escolar, esse gênero do maravilhoso sofre, necessariamente, adaptações, em função dos processos de transposição didática e escolarização da Literatura, para se tornar um objeto de ensino, o que, muitas vezes, compromete a essência do texto literário. Com base nesses pressupostos, o objetivo principal da pesquisa é investigar o tratamento dispensado aos contos de fadas em coleções didáticas, analisando e interpretando os dados referentes à incidência, à autoria e à posição dos textos nas unidades didáticas, as principais adaptações decorrentes do processo de transferência e os tipos de atividades apresentados para o trabalho com esses contos. Constituem os corpora da pesquisa quatro coleções didáticas do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD/2013-2015): Porta aberta: letramento e alfabetização e Porta aberta: língua portuguesa, das autoras Angiolina Bragança e Isabella Carpaneda, Editora FTD; Aprender juntos: letramento e alfabetização, dos autores Adson Vasconcelos e Silvana Rossi Júlio, e Aprender juntos: língua portuguesa, de Adson Vasconcelos, Edições SM. Essas coleções estão entre as mais adotadas em âmbito nacional e correspondem às mais escolhidas no complexo urbano formado pelas cidades contíguas de Aragarças (GO), Barra do Garças (MT) e Pontal do Araguaia (MT), na divisa do noroeste de Goiás com a microrregião do Médio Araguaia de Mato Grosso. A pesquisa é alicerçada em procedimentos de análise quantitativa e qualitativo-interpretativista, com sustentação em fontes documentais e aportes teóricos interdisciplinares, como Bakhtin ([1929] 1961-1962; [1952-1953/1979] 2003), Bunzen (2005, 2009), Coelho (1984, 2003), Cosson (2014a, 2015a), Soares (2001, 2009) e Zilberman (2003a, 2003b). Os resultados mostram que há incidência dos contos de fadas em diferentes versões nas coleções, numa escolarização que privilegia a seleção de textos curtos (ou fragmentados) e atividades mais voltadas para uma compreensão passiva, com pouco aprofundamento na exploração do texto literário a ponto de marcar suas especificidades em direção à formação gradual do leitor literário.

 

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