EVAILDA DA SILVA GONTIJO

AUTOR: EVAILDA DA SILVA GONTIJO

TÍTULO: SEMIFORMAÇÃO E INDÚSTRIA CULTURAL: PERCEPÇÕES DE DOCENTES NOS CURSOS PRESENCIAIS DE PEDAGOGIA DO SUDOESTE GOIANO

ORIENTADOR: Profº Dr. Luís César de Souza

ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: Educação

LINHA DE PESQUISA: Cultura e Processos de Ensino e Aprendizagem

DATA DE DEFESA: 20/08/2018

 

RESUMO: 

O presente trabalho objetivou compreender a atual conjuntura relativa ao universo educacional e as concepções formativas de docentes que atuam nos cursos presenciais de Pedagogia, no contexto permeado pela Indústria Cultural. Partimos do pressuposto que o trabalho docente agrega valores ao desenvolvimento social dos indivíduos, em específico, ao curso de Pedagogia que possibilita a formação de novos docentes. Desse modo, reconhecer a percepção formativa diante da sociedade organizada pelo capital (a qual estabelece relação intrínseca com a Indústria Cultural), se esta é promovida para a adaptação ou para promover a emancipação social tornase relevante. Para fundamentar esta pesquisa, recorremos a teóricos da Teoria Crítica Frankfurtiana em que se destacam Theodor Adorno, Max Horkheimer e Herbert Marcuse, dentre outros autores que estabelecem relação com a temática abordada, como Crochik, Chauí, Brzezinski e Saviani. Dentre os conceitos que embasam a discussão, destacam-se a formação, docência, Indústria Cultural, Ideologia e Emancipação. Assim, o aspecto norteador deste estudo pode ser sintetizado na seguinte questão: qual a concepção formativa dos docentes que atuam nos cursos presenciais de Pedagogia diante da possível influência da Indústria Cultural? Além do estudo bibliográfico, foi realizada uma pesquisa empírica, em que contamos com a colaboração de 36 docentes, vinculados ao curso presencial de Pedagogia em cinco Instituições de Ensino Superior do Sudoeste goiano. O trabalho foi estruturado em três capítulos. Assim, o Capítulo I trata da formação do indivíduo no contexto do capital, em que evidencia os aspectos históricos da sociedade desde a Idade média, bem como a observação de sua estrutura econômica e política, visando a compreensão da contemporaneidade e o projeto de formação de indivíduos conduzidos pelo capital. O Capítulo II aborda especificamente da formação docente, fazendo uma leitura histórica da educação no Brasil, desde a colonização até a estruturação do curso de Pedagogia, evidenciando a influência regimentar de uma educação formal, presente no mecanismo de Indústria Cultural. O Capítulo III ressalta a formação docente no contexto da Indústria Cultural. Neste, tratamos das análises da pesquisa empírica, apresentando as percepções dos docentes vinculados aos cursos de Pedagogia, suas concepções sobre formação, ideologia e Indústria Cultural, entre outros aspectos educacionais. De modo sucinto, como considerações finais, evidencia-se que a concepção formativa docente, proposta nos cursos de Pedagogia, não é homogênea, havendo uma disparidade quanto a perspectiva formativa apresentada por estes. Entretanto, encontramos docentes rendidos a concepção permeada pelo capital, vinculados tanto as instituições públicas, quanto a instituições privadas, que ainda contribuem para propagar a semiformação, sendo estes em baixo percentual. Deparamo-nos, também, com docentes que se opõem à formação e ao desenvolvimento apenas instrumental. Desse modo, comparecem, em maioria, para possibilitar uma educação orientada à formação cultural, de resistência, para, assim, promover indivíduos autônomos, emancipados e esclarecidos. No entanto, tal estudo nos possibilitou assegurar que os docentes dos cursos presenciais em Pedagogia possuem uma percepção crítica perante a Indústria Cultural, percebendo suas influências semiformativas, e contraditoriamente, observamos que a formação, promovida pelos docentes nos cursos presenciais de Pedagogia, carece de reflexão, debates e estudos quanto ao seu projeto formativo para, assim, transpor a perspectiva de semiformação, na busca da desenvolvimento pleno de indivíduos.

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