CAMILA CAROLINA ALVES ASSIS

  

CAMILA CAROLINA ALVES ASSIS

TÍTULO:TRABALHO E MAL-ESTAR DOCENTE NA EDUCAÇÃO INFANTIL DA REDE PÚBLICA MUNICIPAL DE MINEIROS-GO: MEDIAÇÕES DE ENFRENTAMENTO DOS PROFESSORES”.
ORIENTADOR(A): Profª. Drª. Laís Leni Oliveira Lima
DATA DA DEFESA: 14/02/2020

RESUMO: A presente dissertação faz parte da linha de pesquisa “Formação humana e fundamentos da Educação” do Programa de Mestrado da Universidade Federal de Jataí. Partimos do seguinte problema: que mediações são utilizadas por professores para lidar com a realidade do trabalho docente na Educação Infantil (EI), na cidade de Mineiros-Goiás. O sofrimento no trabalho tem sido estudado sob diferentes enfoques teóricos e metodológicos, pois este é um fenômeno que se apresenta à sociedade e necessita de compreensão. Os professores não se eximem desse sofrimento; no entanto, o trabalho docente apresenta especificidades quanto à sua natureza, fazendo-se necessário um olhar também específico para essa questão. Além disso, a sociedade, no modo de produção capitalista, submete os trabalhadores a condições precárias no mundo do trabalho: exploração, intensificação, baixos salários, desvalorização social. Muitas vezes, diante dos problemas apresentados relativos ao trabalho docente, os professores se deparam com um estado de mal-estar que acaba por provocar sentimentos de angústia frente ao seu trabalho. Muitos docentes acabam por adoecer, pois, sob essas condições, ocorre o fenômeno da alienação do trabalhador. A concepção do trabalho enquanto emancipatório, humanizador e meio de desenvolvimento psíquico converte-se em trabalho alienado na sociedade do capital. Mesmo assim, muitos professores conseguem continuar ativos e saudáveis no desempenho do trabalho educativo. Desse modo, a presente pesquisa tem como objetivo de estudo compreender as mediações realizadas entre a subjetividade dos professores e o trabalho educativo. O objetivo geral foi compreender as mediações utilizadas pelos professores para lidar com a realidade do trabalho docente na Educação Infantil (EI), na cidade de Mineiros-Goiás. Os específicos foram: compreender o processo histórico de precarização/valorização do trabalho do professor e suas contradições; levantar as mediações, das quais os professores lançam mão para enfrentar a realidade do trabalho na Educação e analisar como os professores enfrentam a desvalorização e o estranhamento de seu trabalho. Foi realizada pesquisa empírica com onze professoras de duas instituições de EI de Mineiros durante os meses de abril a setembro de 2019, por meio de entrevista semiestruturada. Para a análise e compreensão dos dados à luz do materialismo histórico-dialético, foram utilizados autores como Marx e Engels (2007), Marx (2010); Lukács (2013), Mészáros (2011); P. Netto (2007). Para compreender as questões da pedagogia e da formação de professores, foram estudados: Duarte (2007), Martins (2010; 2018); Saviani (2013), dentre outros. Para o embasamento teórico do mal-estar docente, o autor de referência é José Manuel Esteve (1999) e Martins (2018). A pesquisa revelou que as mediações mais utilizadas se relacionam à perspectiva individualista e reducionista da subjetividade, muito impregnadas pelo discurso hegemônico neoliberal, o que não possibilita a superação da alienação.


Palavras-chave: Educação. Trabalho. Trabalho Docente. Mal-Estar Docente. Alienação.

 

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