Ana Carolina Giannini Silva
REFERÊNCIA: SILVA, Ana Carolina Giannini. TRABALHO DOCENTE NA EDUCAÇÃO INFANTIL: CONCEPÇÕES E PRÁTICAS. 2017. 1-147 f. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade Federal de Goiás, 2017.
RESUMO:
Esta pesquisa tem como objetivo compreender o mundo do trabalho na Educação Infantil e em que se fundamentam o trabalho das trabalhadoras da Educação Infantil, partindo-se do pressuposto que as relações humanas são permeadas de contradições, e na sociedade do capital se configuram de forma alienada e fetichizada, influenciando o trabalho docente nesta etapa de educação. A pesquisa parte da conceituação de trabalho em Marx e de uma análise de como o trabalho se descaracteriza sob as influências do capital, buscando entender a relação entre educação e trabalho como possibilidade de romper com as mazelas do capital e restituir, por meio da escola, o conceito de trabalho como constituição ontológica do ser humano, destacando o papel do trabalhador docente, em específico o que ocorre na Educação Infantil, revelando os fetiches que o descaracterizam e o impedem de cumprir o seu papel. O método da pesquisa é o Materialismo Histórico Dialético. Tal abordagem se justifica pois o processo cognitivo que servirá para a construção do novo conhecimento privilegiará a relação entre o sujeito e o objeto, sendo o objeto de estudo o trabalho docente na Educação Infantil. A pesquisa tem um caráter empírico, pois utilizou a entrevista semi-estruturada, questionários e também observação de diferentes momentos da prática de professores, coordenadores e diretores. Estes dados empíricos foram analisados a fim de perceber as contradições e assim analisar o trabalho docente na Educação Infantil, compreendendo as diferentes concepções que permeiam o trabalho nesta etapa de educação, tais como: infância, criança, ensino, professor, aluno, e como as ações das trabalhadoras se materializam. A pesquisa revelou que o trabalho docente na educação infantil está sob forte influência dos ideais neoliberais e que existe uma corrente pedagógica que defende uma pedagogia anti-escolar para a educação infantil, o que tem refletido de forma negativa no trabalho docente, causando uma (des)profissionalização deste trabalhador, uma vez que o trabalho tal como se manifesta na sociedade capitalista em que vivemos, torna o trabalho sinônimo de emprego e subsumi este indivíduo as mazelas exploratórias do capital reduzindo-o a uma relação com e no mercado de trabalho, como tortura, sofrimento e exploração. Assim, percebemos a necessidade do trabalhador docente da Educação Infantil ter uma formação que propicie a consciência da sua existência, rompendo com a alienação e o fetiche produzidos pela sociedade do capital. E ainda resgatar o papel da escola como lócus privilegiado para a formação onilateral do homem, com destaque para a Educação Infantil, tendo como referencial a Pedagogia Histórico-Crítica que resgata a figura do professor como protagonista no processo de ensino-aprendizagem.
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